sábado, 22 de outubro de 2011

Meu amor,

Neste fim de tarde,

Na prisão de meu próprio corpo,

Nos sonhos desasados,

Estás quase a partir.



Foi no dia 9 de Novembro.

E desde então o sol aparece sempre fugaz como a pena que esvoaça

E caiu na minha varanda.

Mas eu sou essa pena,

Que leve rapidamente cai das asas do sonho

Mas lentamente desce das alturas

À procura de onde possa pousar…



Não, não queria o chão,

Mas é sempre esse o meu destino…

O chão onde tu estás,

A terra lamacenta arrasada pela chuva

Ressequida pelo calor…



Essa terra está longe, mas é a única coisa que tenho agora contigo…

Porque aquela onde vivo sozinha é terra de desilusão, terreno escorregadio,

Pântano onde afogo minhas mágoas

Terra de ninguém!



Sim, já não sou ninguém!

Sou apenas as lágrimas da chuva outonal…

O vento,

Que soprará sempre em Novembro…



No Outono não se constroem sonhos

E os velhos morrem…

Até em África a chuva cai nas costas dos pobres…

Mas até os pobres de África têm sonhos que tu alimentavas!

Porque não eu consigo eu sonhar?