terça-feira, 20 de dezembro de 2011

É natal e África fala de ti…
As flores abrem-se para ti para que as fotografes como sempre fazias…
As aves cantam para ti porque gostavas de as ouvir….
Os pobres chamam por ti…
Lá longe, no teu país, chove sobre ti…
Se eu fosse a terra que te cobre me alegraria…

Deixaste-me o sol, as flores, as aves…
Mas nada disso se compara ao teu amor perdido para sempre sobre a terra…
O brilho do raio de sol não faz brotar a flor da alegria…
O perfume da flor perdeu o seu encanto …
O canto da ave se apaga levemente…

Apenas os pobres continuam a sorrir como se a vida fosse igual à morte…
Como se o sorriso tivesse o poder de fazer esquecer a desgraça…
São crianças,
As crianças que amavas e ajudavas…
Mas para mim o seu sorriso é a dor da tua ausência!

De repente, vejo que chamam por mim…
Mas que sou eu sem ti?
Deixei-as como a sombra que perdi…
E continuei o caminho sem elas e sem ti…
Nem uma palavra saiu de minha boca,
Como se o sol ainda não tivesse nascido na escura noite
E avancei solitariamente no indizível sofrimento…

O sino da vida deixou de tocar…
Mas no meu coração há badaladas de dor que não consigo misturar com a dor dos outros…
Porque a minha é ainda tão forte que só deixa ouvir o som da ausência do amor…

domingo, 18 de dezembro de 2011

Nascer em Belem-Efrata

«O Deus eterno diz: Belém –Efrata, você é uma das menores cidades de Judá, mas do seu meio farei sair aquele que será o rei de Israel» (Bíblia Sagrada)

Belem-Efrata, a menor
De onde saiu o maior
Voltar a nascer em Belem-Efrata
É voltar a amar a vida
Como um dom de Deus

Jesus nasceu em Belem-Efrata
Deus feito homem
Trazendo esperança ao mundo
Ambos nascemos em Belem-Efrata com esse menino filho de carpinteiro,
Tão humilde quanto a cidade menor que o viu nascer
Para nos ensinar o caminho da humidade mas também da glória…
E com Ele nos identificámos ainda erámos meninos
Jovens nos conhecemos
Adultos nos amámos

Mas fiquei sozinha com o homem divino de Belem-Efrata,
E tu foste para junto do Deus humanizado
Nada nos separa!

Mas na morte do teu corpo,
Há o vazio da tua presença,
Na tua ausência o sol aquece mas não brilha,
A chuva humedece mas não regenera,
E o tempo passa deixando marcas de sofrimento e solidão…


Mas, se a menor se tornou a maior,
E o menino Deus,
É possível renascer em Belem-Efrata!

19 de Dezembro de 2011